O ensino dos conteúdos de números (Aritmética) teve inicio na época do Brasil colónia, quando a coroa portuguesa decidiu instruir seus militares para construir sua defesa. A primeira obra que envolvia a Aritmética foi escrita pelo militar José Fernandes Pinto Alpoim ainda nessa época.
Com a chegada ao Brasil da coroa portuguesa em (1808), foi fundada a Academia Real Militar em (1810), que passou a oferecer diversos cursos entre eles cursos de matemática que possuía em seu currículo os conteúdos de numero (Aritmética). Já no período da primeira republica, esses cursos cessaram, em consequência, o currículo dessa matéria ficou estagnado, pois, com o desenvolvimento industrial, o ensino da matemática ficou voltado para os cursos de engenharia.
Na década de 30, durante a reforma Francisco Campos, surgem às primeiras faculdades de filosofia, com o propósito de formar professores, é quando os conteúdos de números voltam a evoluir, com a criação da disciplina de aritmética. Logo depois, com a de álgebra e a de geometria, se fundiram e foram transformadas na matéria que ensina a matemática, mas os conteúdos de números (aritmética) continuavam sendo ensinados separadamente.
Mesmo com a revolução da matemática nas décadas de 60/70 ancorado nos procedimento e na teoria dos conjuntos e resolução de problemas, os conteúdos de aritmética, permaneceram inalterados.
Ainda na década de 90, foi lançado o mais importante documento de reorientação curricular em nosso pais , PCNs , que uma melhoria na qualidade da educação brasileira, para os PCNs, o conhecimento matemático é fundamental na formação de cidadania, tendo em vista que a sociedade usa com frequência as ciências e a tecnologia. Mas é necessário que tanto os professores quanto a escola, tenham capacidade de se adaptarem e de adequarem os conteúdos às recomendações dos PCNs, principalmente aqueles relacionados com a aritmética, que é à base de sustentação para um bom desenvolvimento do aprendizado.
Com base no histórico do desenvolvimento do currículo de matemática em relação aos conteúdos da aritmética, é difícil imaginar, que tudo será implantado segundo as orientações e reorientações dos PCNs. Segundo o LOPES, (Centro de Educação Matemática, ed, FTD),
os PCNs introduziram novas temáticas consideradas essenciais por uma parcela significativa da comunidade de educação matemática, entretanto não foi explicitado o peso que deveria ser dado a certos conteúdos considerados obsoletos numa perspectiva de “matemática para todos”. Uma consequência detectada é que muitos professores entenderam que tinham que “servir a dois senhores” condensaram seus programas justapondo as novas propostas às que praticavam antes, comprometendo o ritmo de aprendizagem dos conteúdos; Ainda segundo LOPES, ao refletir sobre os últimos anos desde que os PCN foram propostos, divulgados, debatidos, interpretados e parcialmente implantados, o balanço que faço indica que paralelamente aos avanços conquistados, há também lacunas, retrocessos, equívocos e outras limitações do documento em si e do processo de sua implementação, o que aponta para o presente e o futuro muitas tarefas nada simples, na direção de aperfeiçoar tanto o texto como as ações que garantam uma implementação efetiva.
Na visão dos PCNs, a aritmética não deve ser compreendida como lista de conteúdos, os PCNs afirmam ainda que é preciso compreender o termo conteúdos de três maneiras: Entendendo seu significado ou o que representa, como forma de buscar resoluções e como iniciativa para entender e resolver problemas não só da matemática, mas também na sociedade. Portanto, a aritmética deve ser entendida como meio de se adquirir competências e habilidades fundamentais para a formação de cidadania.
Referencias:
BRASIL, Secretária de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução. 3 ed. Brasília: MEC, vol 1, 1997.
LOPES, José Antonio, Centro de Educação Matemática -CEM, ed, FTD(2004)