ÉVARISTE GALOIS: período escolar

Galois herdou do seu pai suas idéias liberais, e da sua mãe a melhor instrução possível, o gosto pela ciência e a vontade de querer saber, pois ela foi sua única professora até os 12 anos de idade quando entrou no internato Liceu de Louis-le-Grand em Paris, lá demonstrou pouco interesse pelo grego, latim ou álgebra, cumpria suas obrigações como aluno razoavelmente, pois seus pensamentos estavam quase sempre fora da sala de aula, seu interesse maior estava na geometria quando aos 16 anos conheceu, a teoria de Legendre, que compreendeu facilmente e leu as memórias de Lagrange, o que mais tarde viria a influenciar na formulação das suas idéias revolucionárias sobre a Teoria dos Grupos, começando assim sua pesquisa sobre a resolução de equações do quinto grau.
Após duas tentativas frustradas de ingressar na Escola Politécnica, Galois entrou na Escola Normal a fim de preparar-se para ensinar, continuando com suas pesquisas, porém dedicou-se apenas ao estudo da matemática, negligenciando as demais disciplinas. Um de seus tutores teceu o seguinte comentário:

“A loucura da matemática domina este garoto. Eu acho que seria melhor para ele se seus pais o deixassem estudar apenas isto. De outro modo, ele está perdendo seu tempo aqui e não faz nada senão atormentar seus professores e se sobrecarregar de punições.”

Em 1830, escreveu um artigo intitulado “Memória sobre as condições de resolubilidade das equações por radicais”, para concorrer a um premio de Matemática da Academia, esta por sua vez perdeu por duas vezes o relatório com as descobertas de Galois e quando, finalmente puderam conhecer o conteúdo do artigo, seus examinadores, pouco inspirados, reprovaram o rapaz. No mesmo ano deu-se o suicídio do pai, Galois ficou revoltado com o sistema político francês e no ano seguinte, devido as suas causas políticas, publicou um ataque ao diretor da Escola Normal que resultou na sua expulsão, completamente desiludido, entrou para Guarda Nacional. Mais tarde esteve preso por duas vezes, uma por propor um brinde o qual foi interpretado como ameaça à vida do Rei Louis Philippe e a outra por porte ilegal de fardamento, sendo por isso, condenado a seis meses de reclusão na prisão de Sainte-Pélagie, entrou em depressão e passou a beber muito tentando o suicídio e sendo impedido por seus colegas de cela. Em 1832, os presos foram vítimas de um surto de cólera e Galois foi transferido para uma casa de saúde, aonde viria a conhecer a mulher que seria a causadora de sua morte.
Stéphanie - Félice Poterine, filha de um médico respeitado era comprometida com Pescheux d’Herbinville (exímio atirador) e ainda assim iniciou um romance com Galois, e como não podia deixar de ser, Pescheux descobriu a traição, desafiando-o para um duelo de armas.
Na noite que antecedeu o duelo, prevendo sua morte, Evariste trabalhou intensamente, registrando suas teorias matemáticas sobre a solução das equações de grau cinco com a esperança de alcançar algum reconhecimento, concluindo com a espantosa frase “não tenho tempo”, deixou também um manuscrito direcionado ao seu melhor amigo Auguste Chervalier e ao seu irmão, pedindo que publicassem os registros feitos na Revue Encyclopédique e pediu ainda que solicitassem publicamente que Jacobi, Gauss ou Poisson analisassem a importância do que estava escrito. Assim, às dez horas da manhã do dia 31 de maio de 1832, aos vinte anos, Évariste Galois faleceu vítima de uma infecção generalizada provocada por um tiro no intestino